O skate punk moderno e fortemente enraizado no hardcore do Social Breakdown
Social Breakdown lançou em todas as plataformas de streaming pelo selo Electric Funeral Records, o EP intitulado “Just My Lazy Way To Be”.
A banda foi formada no começo de 2016 e acabou resultando em um punk rock/skate punk com algumas pitadas de rock alternativo.
Em 2017 gravaram a demo, intitulada de “Nothing Changes If You Don’t Even Try”, no estúdio Sotão, em Pirituba em SP. Esse trabalho rendeu um tour com 32 shows, por diversas casas e eventos em São Paulo, no ABC Paulista e na Baixada Santista.
O Segundo registro da banda, o EP “Just My Lazy Way To Be”, é um trabalho mais maduro e consistente. O Processo de um ano, entre pré-produção e gravação, resulta em quatro músicas com muita energia e melodias e agressividade. O disco foi gravado na Porto Produções Musicais em São Paulo, e a mix/master ficou por conta do Raul Zanardo.
Danilo Bizarro compõe a a trilha sonora perfeita para acrobacias aéreas ao encarnar por meio da guitarra um skate punk moderno e fortemente enraizado no estilo do hardcore melódico. Confira a entrevista cedida com o músico sobre sua trajetória no Social Breakdown, processo de composição, influências musicais, entre outras curiosidades.
Você e o Social Breakdown apresentam uma sintonia e criatividade fora do comum. Como funciona a parceria de vocês como músicos e amigos dentro do projeto? Como a banda começou?
Eu conheço o Tom (vocalista e baixista) desde 2007, quando tocamos juntos pela primeira vez. Desde o início, tivemos uma sintonia musical muito boa. Em 2009, saí dessa banda e tive uma breve passagem na Blackjaw, como baixista. Alguns anos depois, me mudei para a cidade de São Paulo. Nessa época, fiquei um tempo sem banda, mas sempre toquei e estudei em casa. Por volta de 2014, o Tom se mudou para São Paulo e retomamos o contato. E, depois de 2 anos criamos a Social Breakdown. Nesse meio tempo, me mudei para o prédio que o Thiago – hoje, guitarrista da Social Breakdown – mora. Nos tornamos amigos, mas nunca o associei à música. Foi quando descobri que ele tocava guitarra. Nessa brincadeira, ficamos um ano falando: “Vamos fazer um som e tal.” Por coincidência, na mesma época, o Rafael, que foi o nosso primeiro baixista, contou que tocava baixo. Aí, pronto. Chamei o Tom para o vocal e o amigo do Thiago, Cardozo, para a bateria… E, pronto! Ali, nascia a Social Breakdown. Ficamos um tempo ensaiando covers e, aos poucos, fomos trocando ideias, referências…. e as músicas da demo foram surgindo. É muito legal essa parceria com o Tom. Sempre que venho com uma ideia ele consegue levá-la além. Algo que eu faço na guitarra acaba se encaixando em alguma letra que ele tem na manga e vice e versa. Com o resto da banda é muita troca de idéia, referência, muito ensaio e cerveja.
Dentro do cenário do rock, punk e alternativo, você costuma acompanhar quais bandas nacionais? E sobre as estrangeiras, alguma atual que tenha lhe chamado a atenção ultimamente? Que dica você daria a músicos brasileiros da cena, que têm medo de experimentar e inventar coisas novas em suas músicas?
Nessa quarenta eu saí fora da caixa, literalmente. Ouvi de tudo: jazz, música barroca, mantras… Mas dentro do nosso cenário, eu sempre pego para escutar Mistanásia, Old Rust, Superbrava e The Bombers – nenhum deles têm algumas ligações, mas criam sons muito criativos. Das gringas, eu tenho escutado o álbum “Hang” do Lagwagon, Ignite, o clássico “You are freaking me out” do Samiam, o álbum “Cropduster” do Adolescents e muito Red Hot e Nirvana. E a dica aqui é: faça o som que você gostaria de ouvir. Se você ficar satisfeito, acho que já está no caminho.
Qual modelo e marca de guitarra, cordas e amplificador você usa? Conta pra gente a relação de amor com seu instrumento.
De guitarra, eu uso uma Les Paul da Epiphone. Ela é toda modificada. Troquei os captadores recentemente para os Malagoli Custom 84. Curti o timbre e a definição de som. Sobre os amplificadores, cada lugar que tocamos, usamos um “ampli” diferente e, por isso, investimos em pedais. Para conseguir chegar em uns timbres legais ao vivo, uso duas distorções: um Rat, um OCD, além de um Overdrive como booster. No set ainda tem um Phase 90 da MXR e um delay Fire Time Trek. Tiro o som da guitarra com a ajuda desse set acima.
Quais são as suas maiores influências musicais? Pra você qual é o maior guitarrista de todos os tempos?
Descendents/ALL, Samiam, Lagwagon e Garage Fuzz. Na minha opinião, o maior guitarrista de todos os tempos é o Jimi Hendrix. E, das bandas que citei acima, o Bola e o Nando do Garage Fuzz fazem suas linhas de guitarra sempre bem bonitas e elaboradas!
Suas linhas de guitarra demonstram uma combinação de técnica e criatividade. Você sempre compõe e cria as músicas pensando de forma analítica ou elas acabam saindo naturalmente desse jeito?
A maioria das músicas que eu faço vem de momentos de distração com um violão ou uma guitarra. Às vezes, eu já tenho uma melodia na cabeça, pego o instrumento para reproduzir e depois apresento para os caras da banda. Cada uma acrescenta algo e lapidamos a ideia inicial.
Como a música surgiu em sua vida?
Desde pequeno, a minha mãe tem o costume de deixar a vitrola ligada. Ela sempre ouve coisas diferentes, desde Beatles, Marchinhas de Carnaval, Jovem Guarda a canções italianas. Minha mãe foi uma boa escola musical para mim e sempre me incentivou a tocar e a estudar música.
Qual foi o melhor show da história do Social Breakdown?
Para mim, foi um que rolou no Underground Clube. Domingão à tarde, dia chuvoso e frio. Tinha tudo para o rolê ser miado. Ah, e tinha uma galera de Jundiaí que foi com a banda Boca de Lobo. Mas no nosso show, a galera agitou muito, foi uma troca de energia bem foda!
Qual é a sua faixa favorita da banda?
O som favorito é sempre o mais recente. Vou soltar um spoiler, a música se chama Karma. Em breve, vocês também irão conhecê-la.
O disco da banda está tendo um feedback muito positivo tanto no Brasil quanto na mídia internacional. Como você recebeu essa resposta tão bacana sobre seu projeto musical?
Muito bacana esse reconhecimento! Fico feliz em saber que pessoas estão ouvindo, curtindo e dando feedbacks. A nossa demo e nosso EP permitiram que a banda fizesse muitos shows em São Paulo, no litoral e no interior. Estávamos com planos de tocar em outros estados, mas veio a pandemia.
Quais os planos para 2021? Alguma previsão de lançar material inédito?
A pandemia ajuda a gente a focar. Estamos trabalhando em um álbum e, mesmo distante, foi produtivo: as músicas evoluíram e ganharam corpo. Gravamos as guias da pré-produção e, agora, vamos focar nos detalhes que queremos deixar em cada música para chegar na gravação com tudo definido. Eu, em particular, estou começando os estudos para desenvolver a identidade visual desse novo material da banda.
FONTE: Collapse Agency