Leo Viramundo lança show e documentário sobre música na pandemia
Pensado para ser uma ferramenta para lidar com o momento atual da pandemia, o show e minidocumentário “Leo Viramundo Ao Vivo no Teatro dos Loucos” é uma ode ao poder da música.
Gravado no Teatro dos Loucos, que faz parte do Refúgio Ecológico Amadamata, em Nova Friburgo (RJ), o show não tem plateia, mas não perde a sua energia que salta da tela e encontra os apaixonados e saudosos de um bom show de música.
Disponível gratuitamente no YouTube de Leo Viramundo, o show online conta com sete faixas e um rock folk experimental que leva o ouvinte para outro lugar.
“Esse trabalho significa um passo importante, porque ele justamente representa a reação da minha capacidade como artista à situação extrema e atípica deste momento de pandemia mundial. Representa a capacidade humana de usar a criatividade para lidar com as adversidades e também a responsabilidade que os artistas têm de pensar sob um panorama histórico. Além disso, representa uma nova sonoridade pra mim, enquanto compositor, arranjador e intérprete, visto que construí o trabalho muito mais sobre texturas sonoras do que qualquer outra coisa.”, analisa Leo.
Sozinho no palco, Leo Viramundo se torna uma banda inteira com a ajuda de samples previamente criados no computador e com um pedal de loop. Na performance ele toca baixo, guitarra, violão, gaita e canta, construindo camadas de texturas sonoras baseadas na repetição, uma metáfora musical dos tempos pandêmicos. A fim de criar uma atmosfera mágica, a apresentação também conta com animações projetadas sobre o palco e sobre o artista, interagindo com a música e com o músico.
“Considerando a minha necessidade artística de ter mais sonoridades do que voz e violão e a impossibilidade de encontrar, ensaiar e apresentar com uma banda, desenvolvi este material, onde eu conto com samples de bateria/percussão e um pedal de loop para fazer a banda inteira sozinho. Daí, como eu teria de apresentar somente de forma virtual (visto que a pandemia resiste), pensamos este show como produto audiovisual, investindo nas animações que são projetadas sobre mim e sobre o palco – numa tentativa de mitigar os efeitos do isolamento social sobre a produção artística e melhorar a experiência do público.”, avalia Leo Viramundo.
Desde 1997 na música, Leo Viramundo já passou pelas bandas A Escola de Livre Expansão do Pensamento (ELEPê), Sr. Maquinário, Mandur e o Vazio, Folhas no Quintal e O Vazio. A partir de 2017 o multi-instrumentista se joga na carreira solo, tendo lançado o álbum de Leo Viramundo (2017) e um EP com o gaitista carioca Jefferson Gonçalves, em 2018, bem como o álbum “Vendo” (2020), além dos trabalhos experimentais “Piratas do Alto Macacu”, “Isaac Newton no País das Maravilhas” e o álbum de poesias “Poesia para cegos (do olho e da alma”. Também se aventurou pelo mundo da música eletrônica no projeto A Maga e o Viramundo, com a DJ Márcia Vieira (2018).
“Depois de quase 20 anos em diversas bandas, senti a necessidade de me reinventar como artista e parti nesta carreira solo, por assim dizer. Resgatei uma alcunha que ganhei em 2007, quando eu vivia rodando por Minas Gerais e tocando nas ruas. Fui comparado ao Geraldo Viramundo, do livro do Fernando Sabino, porque eu vagava de uma cidade para outra em Minas sem destino, conforme folha seca ao vento.”, explica Leo.
A sonoridade diferenciada de Leo Viramundo traz influências de Bob Dylan, The Beatles, The Rolling Stones, Pink Floyd, Raul Seixas e Mutantes. Atualmente, as músicas com base de rock são fruto de audições de Andrew Bird, Jack White e Kraftwerk. O próprio músico se define: “Pode-se ver que a veia rock e o gosto por experimentalismos é constante, mas a minha necessidade de ter letras relevantes também deixa clara minha formação.”, conta.
O show foi uma realização de Amadamata Refúgio Ecológico, com produção da Insaciável Martelo Produções e contou com a performance de Leo Viramundo (guitarra, baixo, violão, voz e samples). O evento ganhou vida com Wuka Studios (filmagem, produção e edição), Tainá Mie (assistente de produção) e Leo Viramundo (gravação, mixagem e edição de áudio). O evento contou com recursos da Lei Aldir Blanc, via Secretaria de Cultura de Nova Friburgo (RJ).
FONTE: Orbe Comunicação