KORN – Requiem

Requiem é o melhor álbum do Korn desde The Path Of Totality de 2011, seu flerte com o dubstep que anunciou a segunda vida de uma das bandas de maior sucesso do metal.

É certo que os álbuns desde então têm sido a definição de um saco misto, embora avaliar a obra das lendas de Bakersfield esteja longe de ser simples; os esforços menores apresentam as melhores faixas da carreira, assim como os mais fortes contêm uma boa quantidade de preenchimento.

O álbum número 14 encontra Jonathan Davis em um dos lugares mais interessantes de sua carreira, liricamente. Não no desespero que veio à tona em The Nothing de 2019 – o momento mais sombrio da banda até hoje, escrito após a morte de sua mãe e esposa – mas uma existência aparentemente mais feliz e mais estável. Mas Jonathan, um homem que conhece bem a escuridão, duvida que os bons tempos possam durar.

Desde a primeira faixa, Forgotten (‘I want to be free / You will not allow it’), até a última, literalmente chamada Worst Is On Its Way, o cantor do Korn está continuamente olhando por cima do ombro, esperando ser abordado pelo sofrimento de novo.

Musicalmente, Requiem é pesado, mas familiar e acessível sem nunca se sentir forçado. Sua decisão criativa mais sábia, porém, é manter as coisas enxutas e mesquinhas. Com apenas nove faixas, há poucos momentos que parecem menos do que essenciais. Na melhor das hipóteses, é excelente. Let The Dark Do The Rest é pesada e rápida, construindo um refrão que levanta voo e o puxa para o passeio, tamanha é sua flutuabilidade persuasiva.

Start The Healing causou alguns resmungos após seu lançamento, considerada muito pop por alguns, mas suas melodias de desejo permanecem inegáveis. Esses detratores podem querer conferir Hopeless And Beaten, a maior surpresa aqui, que é como a opinião de Korn sobre hardcore. Se houver trechos mais fracos (a quinta faixa Disconnect é candidata), é porque em um álbum com tantos refrões, alguns serão mais contundentes do que outros.

Esta é provavelmente a oferta mais consistente do Korn desde Untouchables, que completa 20 anos este ano, não apenas por sua qualidade, mas porque parece uma coleção apertada. Isso é graças à forma como foi gravado, em fita analógica, uma prática da velha escola que deu aos procedimentos um calor bem-vindo, como se estivéssemos ouvindo Korn passando por um grande degelo.

Requiem não é apenas excelente por si só, mas ao capturar Jonathan em um ponto de transição em sua vida, você fica intrigado com o que vem a seguir para ele. Dado que ele é um homem cuja arte é tão informada por sua vida, essa é uma perspectiva brilhante para o Korn, que está abrindo novos caminhos 30 anos em sua carreira.

AUTOR: James Hickie
FONTE: https://www.kerrang.com/

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