IRON MAIDEN – The Final Frontier, 2010

Se você não gosta de Iron Maiden, pode parar por aqui. Se quiser ler minha crítica, prossiga. Conforme prometido, segue aqui o que achei de The Final Frontier. No geral é um álbum muito bom. Melhor que os dois últimos, A Matter of Life and Death (2006) e Dance of Death (2003). Porém ainda não passa a mesma força que a banda passava do primeiro álbum até o Fear of the Dark (1992). Esquece. Não tem mais volta. Aqui peço perdão a vocês. Essa crítica começa técnica e imparcial, porém, conforme fui ouvindo as músicas, fui levando mais pro lado emocional, que já está mais do que frustrado com a banda.

A primeira música, “Satellite 15… The Final Frontier”, pode ser dividida em duas. São tão distintas que não deveriam nem estar na mesma faixa. Não existe palavra melhor para descrever “Satellite…” do que ‘surpreendente’! Ela pega todo mundo de surpresa pois é um som muito diferente de tudo o que a banda já fez. Bem pesado e sombrio. Achei até que tivesse pego a música errada! Nota-se claramente a influência da carreira solo do vocalista Bruce Dickinson. Sem dúvida uma das melhores músicas pra começo de álbum, e nisso o Iron Maiden é bom!

Já conhecemos “The Final Frontier” há um tempo, quando a banda disponibilizou o clipe na Internet. A música é compatível com os últimos trabalhos do Iron Maiden. Heavy Metal levinho que mais parece Hard Rock. Sabem como é, né? Aquela forma básica! Verso, verso, pré-refrão, refrão, verso, pré-refrão, refrão, solo, verso, pré-refrão e refrão até o fim. Nada de head banging e com um refrão que não sai da cabeça, o que não necessariamente é uma coisa boa. Sem brincadeira! No final da música, o refrão “The Final Frontier” é repetido 12 vezes seguidas! 12 VEZES! Pelamordedeus! Acho que o Iron tem capacidade de encher melhor uma música do que ficar repetindo o refrão toda hora. Isso é coisa de banda inexperiente!

“El Dorado” também é conhecida do público pois foi o primeiro single disponibilizado pela banda. É boa, mas nenhuma maravilha. Começa com as guitarras rolando soltas e a bateria quebrando tudo. Típico fim de música. Em seguida começa uma excelente cavalgada no baixo de Steve Harris e as guitarras com um riff pesado. Quando entramos no pré-refrão, ouvimos um solo ao fundo típico de Adrian Smith (eu acho que é ele) e o Bruce Dickinson elevando o tom da música, preparando-se para o refrão, onde Bruce solta a voz e mostra porque é considerado o melhor vocalista do mundo – na minha opinião, melhor que ele, só o Freddie Mercury (Queen). Depois do solo, voltamos pra cavalgada. Ela me lembra muito “(Ghost) Riders In The Sky”, da banda Spiderbait. A música termina com a mesma quebradeira do começo. Já dá até pra imaginar como o Iron vai começar seus próximos shows. Palco vazio, luzes sombrias e “Satellite 15” tocando. Aí a banda entra quebrando tudo com “The Final Frontier” e emendando com “El Dorado”. Alguém tem alguma dúvida?

A próxima música é “Mother of Mercy”. Tem começo lento, bem balada, mas o peso entra logo em seguida. A música é fraca. Nada demais. A única parte que gostei foi do pré-refrão que tem uma melodia legal. Achei o refrão é meio elevado demais. Cansa tentar cantar junto. Em seguida vem “Coming Home”. Baladinha muito legal quem lembra muito “Tears of the Dragon”. Dá até pra imaginar o Bruce se jogando nas ondas! Hehehe! O solo tem aqueles típicos dedilhados de fundo na primeira parte, e uma segunda parte mais pesada. A música é boa, do tipo que toca em rádio. “the Alchemist” é mais uma fraca. Pesadinha mas não empolga. Parece que só está no álbum para encher linguiça. Mais uma naquele estilo chato que o Iron Maiden usou nos álbuns Dance… e A Matter….

“Isle of Avalon” tem um começo promissor. Cheguei a pensar que viria uma nova épica como “Alexander the Great, The Loneliness of a Long Distance Runner” (Somewhere in Time, 1986) ou “Seventh Son of a Seventh Son” (auto-entitulado, 1988). Mas, por algum motivo, ela não empolga muito. É equilibrada. Talvez até demais. É uma daquelas “Ah! É maneira, mas… vamos ouvir a próxima”. Hehehe! Quando ouvi “Starblind” achei que a música anterior não tinha acabado. Igualzinha! Começa baladinha pra só depois entrar o peso. Acho que a banda viu que o público gostou do que eles fizeram em “The Longest Day” (A Matter…) e decidiram colocar no álbum todo! Hehehe! O riff principal até que é legal e bem feito! O solo na metade também é bom. Na verdade, a música só é boa no meio (solo) porque depois volta pra parte chata e enjoativa. Refrãozinho chato da porra!

“The Talisman” começa com mais daqueles dedilhados chatos e vocal baixo, mas depois se torna uma música muito boa! Cavalgada excelente e vocal forte! O baixo de Steve Harris mais rápido do que nunca combinando com o bumbo duplo do Nicko McBrain. Sempre gostei dessa combinação! Nicko falou uma vez que, geralmente, o baixo é quem acompanha a bateria, mas que no caso do Iron Maiden, é o contrário. É vero! Se não fosse pelo começo chatinho, essa seria a melhor música do álbum. Ah, não! “The Man Who Would Be King” começa com aqueles dedilhados chatos do Steve Harris! PQP! Quando eu achei que o álbum estava pra ficar bom de verdade, vem esse treco! Mais versos massantes, muitos instrumentos mas nada empolgante! Meu Deus! A mesma fórmula de todas as músicas que NÃO GOSTAMOS! Então finalmente chegamos a “When the Wild Wind Blows”. Adivinhem só, a música começa lenta e… isso! Começa o peso! DE NOVO! Aff! A fórmula não muda! Ao menos dessa vez, o peso é empolgante e a música é legal de se ouvir. Mas novamente, nenhuma maravilha. Ela termina lentinha com um som de vento ao fundo… desaparecendo… sumindo sob as dunas do deserto do Heavy Metal.

Steve Harris sempre disse que só faria 15 álbuns. Bom, esse é o 15° e se chama The Final Frontier, o que nos leva a crer que esse pode ser o último álbum de estúdio do Iron Maiden. Uma pena. Eu sempre achei que as boas bandas deveriam seguir o princípio de que “It’s better to burn out than to fade away”. Portanto, a melhor forma de lembrar do Iron Maiden, será ouvir os álbuns do começo até o Fear…, a carreira solo do Bruce Dickinson, talvez uma ou outra dos álbuns seguintes e do show da turnê “Somewhere Back in Time”. Prefiro lembrar deles dessa forma do que pelos últimos fiascos. Enquanto isso, Dream Theater continua liderando disparado como minha banda favorita!

Autor: Diogo Assis

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