Entrevista com a HANGAR

Há quanto tempo a banda foi formada? Quem são os atuais integrantes?

Nando Mello – A banda foi formada em 1997 pelo Aquiles Priester que é o único membro remanescente daquela época. A formação atual é Humberto Sobrinho nos vocais, Eduardo Martinez na guitarra, Aquiles Priester na bateria, Fábio Laguna nos teclados e eu no baixo.

Por que criar uma banda?

Eduardo Martinez – Essa é uma pergunta que eu me faço todos os dias… Comecei minhas atividades no Hangar em dezembro de 1999 substituindo o primeiro guitarrista. Fui convidado pelo Nando Mello, testado e aprovado após alguns ensaios. Sou músico, dei duro pra isso e fazer parte de projetos musicais é uma parte importante e possível da vida de músico. Alguns desses projetos, por uma série de motivos, principalmente o profissionalismo, se destacam e permanecem produzindo boa música, shows e eventos. É o caso do Hangar.

Nando Mello – Entrei para o Hangar em um momento em que estava desistindo de tocar e a banda conseguiu reverter totalmente este processo. O que me chamou a atenção foi a disposição para os desafios. Em 1998 o Hangar já era uma banda pronta para lutar por um lugar no cenário.

Fábio Laguna – Eu fui convidado a integrar o Hangar de forma curiosa. Na verdade, fiquei sabendo que me tornei integrante ao ler uma nota em uma revista, rsrs… Ninguém havia me falado nada sobre isso. Foi uma grata surpresa.

Já tiveram outros integrantes? Qual motivo da saída deles?

Nando Mello – Sim, a banda já teve outros integrantes que ao longo dos anos foram nos deixando por motivos pessoais ou profissionais. Em compensação existem quatro integrantes que já estão há 10 anos juntos, Aquiles, Fábio, Martinez e eu. Isso faz com que nos conheçamos bastante e tenhamos objetivos bem parecidos.

Quantos CD’s a banda possui?

Nando Mello – Temos quatro CDs lançados. Last Time, de 1999, Inside Your Soul, de 2001, The Reason of Your Conviction de 2007 e Infallible, de 2009;

Humberto Sobrinho – São aproximadamente 48 músicas divididas em quatro discos.

Quais as principais influências da banda?

Nando Mello – Cada integrante tem as suas próprias influências. Eu por exemplo gosto mais de música dos anos 70 tanto nacional quanto internacional, mas também gosto de pop rock atual. Juntamos tudo isso na hora de compor.

Humberto Sobrinho – Temos várias influências musicais na nossa formação, aliás, acho isso muito importante, pois não ficamos presos a nenhum rótulo ou um único estilo musical. Para nós, o mais importante é a qualidade da música que compomos, seja lenta ou rápida, balada ou agressiva. No entanto, podemos dizer que procuramos compor uma mescla entre Heavy Metal tradicional com Rock Progressivo, associando ao Heavy Melódico.

Como vocês analisam a cena rock brasileira na atualidade?

Nando Mello – Hoje em dia existem muitas facilidades tanto para gravar quanto para mostrar seu trabalho. Isso é muito bom, mas por outro lado faz com que o mercado seja inundado por uma série de novas bandas, às vezes sem experiência. Acho que a cena vive uma fase de adaptação a estes novos tempos.

Humberto Sobrinho – Acredito que está cada vez mais forte, porém, cada vez mais exigente. O público brasileiro não é bobo e, as bandas que não apresentarem ao vivo o que está no disco, dificilmente sobreviverão.

Fábio Laguna – O que acho mais interessante no cenário rock atualmente é que os fãs parecem ter amadurecido no sentido de esquecerem um pouco essa besteira de “subgêneros”… A disponibilidade gigante de opções, graças ao advento do compartilhamento de informações através da internet, parece ser a grande responsável por isso. Hoje, os adeptos do rock’n’roll ouvem de tudo, independentemente de como isso ou aquilo é rotulado. Como o Humberto disse, eles estão primando pela qualidade do trabalho. É por isso também que acredito que o estereótipo do fã também tenha mudado tanto já que, hoje em dia na platéia, a gente se depara com pessoas que eu nunca imaginaria estarem presentes num show de rock pesado há 10 anos. Parece que enfim, como nos outros estilos musicais que se consolidam com o passar do tempo, o rock’n’roll sobrevém a qualquer atitude a qual ele sempre esteve ligado, como a rebeldia, a marginalidade, o fazer diferente… A música, enfim, é o foco.

Os integrantes possuem projetos paralelos?

Eduardo Martinez – Sim, ministro workshops, leciono música, sou bacharel em violão pela UFRGS, tenho uma banda com o baterista Hercules Priester chamada Lapide, que também interpreta músicas da minha primeira banda, o Panic e participei do projeto Freakeys do nosso tecladista Fabio Laguna.

Fábio Laguna – Também tenho feito workshops, free lances ao vivo e gravações para diversas bandas.

Nando Mello – Tenho uma banda de covers chamada Riffmaker e participo como convidado dos workshops do Aquiles.

Humberto Sobrinho – Todos possuem projetos paralelos, mas, o importante é que HANGAR está e sempre estará em primeiro lugar. Amamos essa banda e a nossa música é a nossa vida, nosso sonho, nossa realidade. Adoramos o que fazemos, pois fazemos com paixão, sentimento e parceria, portanto, por mais que tenhamos outros projetos, o nosso foco é o HANGAR. Somos uma família!

Qual música realmente passa o espírito da banda e por qual motivo ela foi composta?

Nando Mello – Atualmente acho que o nosso vídeo para a música “Dreaming of Black Waves” traduz bem o que penso sobre o Hangar, sem esquecer-se de músicas como “Call Me in the Name of Death” e “To Tame a Land” que marcaram muito e estão sempre presentes nos shows.

Eduardo Martinez – Atualmente, em minha opinião, The Infallible Emperor (1956) sintetiza o Hangar musicalmente muito bem. Ela foi composta já com a vocação de se tornar a primeira faixa do novo álbum; rápida, com riffs marcantes e com um desenvolvimento central contrastante. Ela tem um conceito em si mesma que se estende pelo álbum que, apesar disso, não é conceitual. Nós compomos porque queremos que as pessoas descubram as charadas escondidas no Hangar, porque queremos ir até elas com nossa música, porque somos humanos e precisamos de desafios, além nos expressar, comunicar, tentar deixar nossa marca no mundo e, de certa forma, melhorá-lo incentivando as pessoas a fazerem da arte também uma ferramenta de entendimento e mudança individual.

Fábio Laguna – Hummm, essa é uma pergunta difícil, mas se tivesse que escolher uma só música de toda a carreira do Hangar para sintetizar o espírito da banda, seria Living In Trouble, rsrs.

Quais as dificuldades que a banda enfrentou ou ainda enfrenta para divulgar seu trabalho?

Humberto Sobrinho – Devido à pirataria e o fenômeno desenfreado do download “gratuito”, atualmente no Brasil não existe mais gravadora para bandas de Heavy Metal, mas, apenas distribuidoras de discos. Com isso, as bandas não contam com apoio financeiro para gravarem seus trabalhos, precisando dispor de recursos próprios ou buscar ajuda em selos estrangeiros. Isso realmente é algo muito complicado!

Fábio Laguna – Acho que enfrentamos todas as dificuldades que toda banda precisa encarar pra conseguir um lugar ao sol. A diferença básica é que hoje estamos mais bem preparados para essas intempéries que acabam ocorrendo em algum momento de nossa trajetória como, por exemplo, a saída de um membro, a falta de recursos para finalizar etapas, etc, etc, etc.

Qual show ou evento mais irônico ou engraçado que já ocorreu com a banda?

Nando Mello – No meu caso foi em um show em São Paulo onde no final sorteamos um prato de bateria para um fã e eu esqueci e sai do palco, acabei voltando correndo para pelo menos sair na foto.

Fábio Laguna – Foram tantas as situações absurdamente hilárias que já passamos que facilmente teríamos um livro só desses casos de estrada. Em nossos diários, publicados periodicamente em nosso site, vocês podem ter acesso a boa parte dessa loucura.

Quais as pretensões futuras da banda?

Nando Mello – Continuar divulgando o “Infallible” pelo país todo e até o final deste ano tocar fora do Brasil, já que o cd também foi lançado no Japão e Europa. Depois disso, mais um cd e continuar nossa aventura.

Humberto Sobrinho – Fazer a maior tour até o momento, além de tocar por toda a América Latina, Europa e Japão, compormos vários outros discos juntos, etc.

O quê gostariam de dizer ao público RockZone?

Humberto Sobrinho – Gostaria de agradecer esse espaço tão importante para nós, e dizer para todos os nossos fãs que estamos ansiosos para revê-los!

Nando Mello – Um grande abraço e fique ligado nas novidades do Hangar no nosso site.

Website: www.hangar.mus.br

Myspace: http://www.myspace.com/officialhangar

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