Entrevista com a ECHOES
1. Olá banda! Imaginamos que tocar Pink Floyd seja uma coisa difícil, mas ao mesmo tempo sublime. Nos conte como surgiu a idéia de fazer um tributo a eles e a preparação da banda para tocar as difíceis canções dos Floyd?
Rics: Olá pessoal! É um grande prazer poder contar um pouco da nossa história para um site tão bacana. Antes de tudo, agradecemos a oportunidade. Aqui é o Rics, baixista e vocalista da Echoes.
Por se tratar de rock progressivo, não há dúvida que a reprodução das músicas é bem complexa. Todas elas são muito bem elaboradas, com muitos acordes, nuances, experimentalismo e uma riqueza de letras e melodias. Além disso, junto com outras bandas da época, criaram a música psicodélica que era, basicamente, uma combinação áudio-visual comparada à uma viagem de LSD. Assim como os Beatles, o Floyd foi responsável por uma mudança de comportamento de uma geração. Ou seja, para tocar Floyd, tudo isso deve estar bem assimilado, respeitado e tem de haver comprometimento com a história da banda.
Podemos dizer com segurança que é apaixonante tocar Pink Floyd. Por ser a banda predileta de cada um de nós e pelo impacto, pelo feedback positivo de todos que nos assistem.
A idéia de montar um Floyd Cover é antiga. Em 2004, eu e mais dois amigos, o Zé Renato e o Marcelo Noveletto, todos inspirados pelas músicas do Floyd, resolvemos montar a banda. Porém, havia a necessidade de procurarmos mais músicos para viabilizar a proposta. Fizemos anúncios na internet e acabamos encontrando algumas pessoas interessadas. Esses dois amigos, por motivos particulares, deixaram a banda ainda no começo e, de lá pra cá, muitos músicos tocaram com a gente até chegarmos nessa formação, que consideramos a ideal e definitiva.
Assim como em tudo na vida, leva-se um tempo grande para se atingir um nível de excelência. Não há como negar que tivemos sorte também de encontrar pessoas tão competentes, experientes, comprometidas e, principalmente, de caráter indiscutível.
Pra poder reproduzir as músicas com qualidade, tivemos que adquirir novos instrumentos e equipamentos, nos dedicar exaustivamente no estudo detalhado de cada música e ensaiar até de madrugada. Vale dizer também que somos muito exigentes, nos cobramos muito.
2. Pelo que li vocês não só tocam as músicas, mas também têm todo um equipamento de palco com efeitos visuais, fumaça entre outros. A intenção é fazer um clima à la Pulse ou Pompeii?
Rics: Sim. Uma das nossas premissas sempre foi fazer algo além de simplesmente tocar Pink Floyd. Claro que tudo isso leva tempo, porque são equipamentos caros e difíceis de se encontrar. Temos máquinas de laser, câmaras de fumaça, Led´s, strobos, projetores e um equipamento chamado Gerb, que proporciona explosões no palco. A intenção é criar uma atmosfera psicodélica. Em cada música procuramos fazer algo diferente. Por exemplo, em músicas do primeiro disco, simulamos o que eles faziam na época, ou seja, projetamos algumas bolas coloridas com tinta óleo, através de um retroprojetor antigo. Já nas músicas de discos mais recentes como Division Bell ou Momentary Lapse of Reason, utilizamos nossos equipamentos mais modernos. Em outros momentos do show, projetamos vídeos também, muitos deles preparados por nós.
3. Além dos Floyd qual é a outra banda de rock progressivo que influencia no som de vocês e o que vocês costumam ouvir em casa para relaxar?
Rics: Acho que algumas bandas são comuns entre todos os integrantes… Beatles, The Who, Jethro Tull, Yes, Creedence, Led Zeppelin, Genesis, Lynyrd Skynyrd, Rolling Stones, Deep Purple, etc… Nem todas se enquadram no rock progressivo na sua essência, mas a influência não só no nosso som, mas nas nossas vidas, é considerável. Bom, para relaxar… rs… Posso falar por mim, se não escuto as bandas que comentei agora, costumo escutar Beethoven.
4. Acredito que cada um do grupo tenha um disco preferido deles, mas qual é aquele que vocês consideram o melhor da carreira tirando o The Dark Side e o The Wall? (risos)
Rics: É difícil dizer, depois de visitar tão detalhadamente cada disco, qual é o melhor. Claro que o Dark Side e o The Wall são duas obras-primas inquestionáveis, incontestáveis. O Dark side foi concebido no momento musical mais produtivo, mais rico da banda e, talvez por isso, seja considerado o melhor disco do Floyd e um dos melhores de todos os tempos do rock. Porém, vale destacar discos como Piper at the Gates of dawn, o primeiro disco do Floyd e considerado, junto com o Sgt. Pepper´s dos Beatles, o pioneiro do rock progressivo. O Animals e o Wish You Were Here também são discos de excelente qualidade.
5. Vocês já fazem shows pelo Brasil ou só estão restritos a São Paulo?
Rics: Já tivemos convite pra tocar até no Paraguai e no Chile… Mas a nossa maior dificuldade é conciliar o nosso trabalho (todos da banda trabalham) com a agenda da banda. Vontade de tocar em todos os lugares possíveis nós temos. Sempre destacamos os shows que fazemos pelo interior de São Paulo porque a receptividade é espetacular e costumamos fazer shows inesquecíveis. A Echoes já tocou em Santa Catarina, em Minas Gerais e estamos negociando um show no Paraná.
6. Já tocaram algum álbum na íntegra e se o fizeram como foi essa experiência e a reação do público?
Rics: Sim. Recentemente fizemos uma apresentação em um teatro em São Paulo, onde tocamos, na íntegra, o álbum Meddle. Fazia parte de uma comemoração de discos que faziam aniversário em 2011. No caso do Meddle, ele completou 40 anos. A experiência foi sensacional. O público se impressionou porque algumas das músicas desse disco nunca foram tocadas ao vivo pelo Floyd, devido à grande complexidade de reproduzi-las. Então a curiosidade e expectativa foram grandes e acabamos enchendo o teatro. Rs.. O retorno do público foi gratificante demais. Além desse disco, em todos os shows a Echoes toca o Dark Side of the Moon na íntegra também. Consideramos esse momento um dos pontos mais altos dos nossos shows… Músicas como Time, Money e Great Gig in the Sky levam o público ao delírio.
7. Nós agradecemos a entrevista e gostaríamos que deixassem um recado para os leitores do site e para os fãs de vocês.
Rics: Agradeço muito a atenção e oportunidade que nos foi dada! Gostaria de dizer que é sempre um prazer para nós, não só disseminar música de qualidade por todos os lugares que passamos, mas também trocar idéias, experiências com músicos e com o público.
Espero ter contribuído, respondido às perguntas de forma adequada e objetiva. E deixo nossos contatos para quem quiser estender mais a conversa ou até mesmo negociar uma apresentação.
Para os que não conhecem nosso trabalho, temos alguns vídeos disponíveis no YouTube.
Nossa agenda e qualquer informação a respeito da banda podem ser obtidas pelo nosso site e pelo nosso Facebook.
Aos nossos fãs, eu peço que mantenham o carinho de sempre e a frequência nos nossos shows, pois vocês são a razão de tudo, a nossa força motriz.
Um grande abraço a todos.
By Milena Calado