Entrevista com a CONDESSA SAFIRA
Bruna: Nós sempre damos uma versão diferente da origem do nome Condessa Safira. A verdade é que o nome apareceu num sonho do Breno, fundador da banda. No sonho, o nome veio como “Princesa Safira” mas, segundo o Breno, princesas geralmente são tontas, e então ele trocou por “Condessa”. É um nome composto e diferente, como os de muitas bandas nacionais dos anos 80, das quais temos influência. Além disso, o nome remete ao feminino, e a ideia sempre foi ter uma mulher no vocal.
Rockzone: “Duas garotas, dois caras, uma banda de rock”. Como a coisa começou? Em que momento os quatro se juntaram e decidiram “cair na estrada”?
Bruna: Como eu disse, o fundador da banda foi o Breno. No começo, nenhum de nós três fazia parte da Condessa. Os antigos integrantes foram saindo e nós fomos chegando. A primeira foi a Jups, depois eu (Bruna) e, por último, no final de 2005, entrou o Zé.
Rockzone: Hoje em dia, todos sabemos que é complicado e dificílimo viver de música. Vocês tem outros trabalhos que não sejam na área musical?
Bruna: Trabalho em uma rádio como assistente de programação musical e produtora. O Zé é roteirista e trabalha com sonoplastia e a Jups é assistente de coordenação em uma escola.
Rockzone: Como conseguem conciliar essas “duas vidas”, por assim dizer?
Bruna: Com disciplina e vontade.
Rockzone: Já que estão desde 2001 na estrada, vocês já devem ter passado por muitas coisas e é sempre bom aprender com os erros dos mais experientes. O que vocês aconselhariam para a galera que está começando?
Zé: Faça o som que você gosta, independente da tendência do momento, e valorize isso mais do que qualquer coisa.
Bruna: Seja digno. Porque montar uma banda pra tocar o que você não gosta, com gente que você não gosta, com uma roupa que você não gosta e um cabelo que você não gosta, só porque “acha que vai vender” e você vai se tornar um astro do rock é muito ridículo. É sério! É muito tosco! Parece um circo, e vira piada! Não faz isso, não!
Júlia: Concordo com a Bru e o Zé. Música sem alma não faz bem nem pra quem ouve nem pra quem faz. Só pra quem vende.
Rockzone: Qual é a expectativa do EP novo que estão lançando?
Bruna: Na verdade estamos nos preparando para gravar um CD full, não um EP. Queremos fechar esse ciclo da melhor forma possível e gravar esse disco por nós, pelas pessoas que gostam da gente e nos ajudam tanto e, principalmente, pelo nosso amigo Breno Bolan. Depois do disco pronto, aí veremos o que vai acontecer.
Rockzone: Como vocês vêem o cenário atual do rock no Brasil?
Zé: Triste. Pelo menos no “mainstream”.
Bruna: Salvo as bandas tradicionais de rock que ainda estão na ativa, pra mim se resume em muita coisa boa de gente sem grana, e muita coisa ruim de gente com grana! (risos)
Júlia: Eu gosto de algumas coisas do chamado “rock mainstream”, mas nada me arrepia a espinha não, viu? Tem um monte de bandas boas por aí, é só xeretar na internet!
Rockzone: Quando olhava o site de vocês, achei interessante o fato de vocês disporem todo o material da banda para download. Como vocês enxergam a questão da pirataria?
Zé: Sou totalmente a favor. Música é cultura e a cultura deve ser disseminada, independente da forma com que isso aconteça. Ser contra a pirataria é uma afronta num país como o nosso, em que o preço de um CD equivale a mais ou menos 5% do salário de muitos brasileiros.
Bruna: Concordo com o Zé.
Júlia: A música não é nada sem as pessoas que a ouvem. A internet facilitou muito a divulgação das bandas… Antes a gente gravava fita demo e ficava vendendo em tudo quanto era lugar… Torcendo pras pessoas ouvirem! Hoje em dia você dá o link e a pessoa já tem acesso ao seu som. Isso é maravilhoso! Eu particularmente gosto de ter os CDs das bandas que curto! Mas como o Zé disse cd é tão caro por aqui…
Rockzone: Obrigado pela entrevista e muito boa sorte na estrada, pessoal! Mandem uma mensagem pro pessoal do Rockzone.
Zé: Lá vão as coisas clichês! (risos) Grande abraço, parabéns pelo site e “keep rocking”!
Bruna: Obrigada pelo espaço e parabéns pela iniciativa!
Júlia: Recado que um amigo diria no meu lugar: Amem o rock!