CPM 22 – Depois de um Longo Inverno, 2011

Depois de um longo inverno, lançado em Abril/2011, é o sétimo da carreira do CPM 22, e o primeiro após a saída da Arsenal Music & fim da parceria com o produtor Rick Bonadio, que durou entre 2001 e 2008. O ska toma o espaço do hardcore característico dos paulistanos nesse novo trabalho, o que acaba deixando o álbum um tanto “leve”, se comparado com trabalhos anteriores (isso fica evidente na faixa “Sofridos e excluídos”, por exemplo). Mas até que a audição vale a pena.

Outro atrativo desse álbum são suas letras, na maioria cheias de alfinetadas e indiretas, como pode-se perceber em “Abominável”, “Cavaleiro metal” e “CPM 22” (praticamente uma ‘audiografia’ da banda – EXCELENTE!). Em relação as letras, em uma entrevista ao site G1, o guitarrista Luciano Garcia explica: “Sempre escrevemos a nossa verdade. Tudo o que aconteceu de bom e ruim nesses anos colocamos nas letras. Mas queríamos que tudo tivesse um clima bom, mesmo falando de algo que não nos agradou. Para criticar, não precisa fazer um som pesado, um clima pra baixo. As letras têm carapuças de todos os tamanhos… P, M, G e GG.”

“Vida ou morte”, primeiro single divulgado, ainda em 2010 é uma das faixas que melhor representa essa veia ska do álbum. Batidas levíssimas (quase perto de um reagge). Mas mesmo assim, é CPM 22, o refrão dessa bem nítido isso. Outras faixas, por sua vez, mostram a plenitude da banda não apenas no refrão, mas no seu conjunto. Isso sim é CPM 22 (os fãs de longa data da banda vão me entender)! Minhas favoritas. Destaque para “Filme que eu nunca vi”, “Hospital do sofredor”, “Quem sou eu?!” e “Minoria”. Completam o álbum as regulares “Na medida certa”, “Um pouco de paciência” e “Nova ordem”. O encerramento fica por conta de “Março 76″ (e a faixa escondida nela de 2’43” conhecida como “10 Mil Vozes”, ambas não comprometem).

As canções contaram com instrumentos que até antes nunca tinham sido usados, como naipe de metais, vibrafone, órgão e cello. Depois de um longo inverno também traz colaborações de outros artistas, entre eles Maurício Takara, Daniel Ganjaman e Phil, do Dead Fish. Segundo Garcia, “amadurecemos, sim. Agora, quando vamos compor, pensamos se fica melhor utilizar instrumentos como órgão, pianos, metais”. A banda segue em turnê pelo país.

Formação atual: Fernando Badauí (vocal) – Ricardo “Japinha” Di Roberto (bateria) – Luciano Garcia (guitarra) – Fernando Takara (baixo)

Autor: Victor “Montanha” Vieira

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