Conquest: A Ucrânia resplandece a alma do metal melódico

O que você consegue se juntar um vocal, guitarra, teclado, baixo e bateria? Sim, a resposta é fácil. Mas então, como pode uma combinação tão básica resultar em algo tão esplêndido? A solução, meus amigos, está no tempero principal, um pouco de essência ucraniana do mais puro metal melódico.

A banda Conquest foi formada em Carcóvia, na Ucrânia, em 1996. Inicialmente, nasceu como um projeto solo do guitarrista e vocalista W. Angel e mais tarde cresceu para tocar pelas casas de seu país e outras da Europa. Sua formação teve inúmeros membros e seria desnecessário nomeá-los todos, portanto, colocarei apenas os artistas envolvidos no álbum “Frozen Sky”, o meu favorito. São eles: Daria Savchenko (teclados), Louis Ray (baixo) e Alexander Can (bateria).

W. Angel’s Conquest (como passou a ser chamada em 2011) lançou cinco álbuns . O primeiro, “Endless Power”, de 2000, trouxe influências diretas da música eslávica e apresentou uma guitarra rápida e frenética, uma característica marcante do power metal melódico, além de introduzir para a cena a genialidade de seu líder, tanto nas composições quanto na sua voz inconfundível. A música “I’ve Seen You In My Dreams” é de uma perfeição incontestável, por exemplo.

“Frozen Sky”, de 2005, surgiu já como um upgrade de algo que dificilmente poderia ser ultrapassado. E chegou chutando a porta. Se me disserem que a banda nunca compôs as músicas e que acharam as partituras dele em uma praia da Ucrânia como um presente divino de entidades superiores, eu acreditaria na mesma hora. O álbum é a mais pura perfeição. Tão duvidando? Tirem alguns minutos e escutem “Flying In The Rain”, “The Temple of Fear” e a própria “Frozen Sky” e me digam se não concordam comigo.

O terceiro álbum, “Empire”, de 2009, une a força dos dois primeiros e traz um W. Angel ainda mais maduro e contundente com sua composição “temperada”. Entre as músicas mais poderosas, estão a “Prisoners of The Universe” e “We Have Returned”. O quarto álbum, “IV”, foi lançado no final de 2011 por uma divisão japonesa da Warner Music. Infelizmente, o álbum não está disponível no Spotify, mas vocês podem ouvi-lo no Youtube salvador das pobres almas com carência de metal melódico. As músicas “Metal Wings” e “Save Me” empolgam do primeiro ao último segundo. Inclusive, a Save Me sempre me deixa arrependido de não ter feito aula de bateria na adolescência, pois é o tipo de música que eu amaria tocar para sempre.

Depois de um hiato, “Taste of Life” surge, em 2015, com uma paisagem sonora interessante, formada pela adição de sintetizadores. Eu aprovei, o som continuou maravilhoso e a essência (aquele tempero que faz a diferença) prosseguiu firme e forte, impregnada nas suas músicas. Destaque para “Sunrise” e “Blooming Day”, bastante interessantes.

Por último, queria dizer que eu já ouvi alguns comentários negativos sobre os vocais, tipo “não eram totalmente clean” ou “não tinham a técnica perfeita”. Bem, eu costumo curtir quando uma banda apresenta algo diferente da mesmice de sempre. O que mais tem por aí são cantores com a voz perfeita, afinada e cheios de técnica, mas cadê a essência? Cadê aquele feeling que faz a banda única? O importante é uma voz que se ajuste ao som proposto da banda e que ambos construam uma melodia poderosa e emocionante. E isso a Conquest consegue com muito talento. Espero que vocês gostem!!



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