AVENGED SEVENFOLD – Nightmare, 2010

Quatro álbuns de estúdio, um DVD ao vivo acompanhado de b-sides, alguns prêmios, inúmeras passagens pelas paradas da Billboard, deathbats estampados pelos corpos de fãs do mundo todo e um último show com uma de suas bandas de maior influência, o Metallica. A partir daí, tudo certo para começarem as gravações do quinto álbum do Avenged Sevenfold, Nightmare. Até que, no meio do processo, a banda perde seu primeiro e único baterista, Jimmy Sullivan, mais conhecido como The Rev, encontrado morto em sua casa.

“Eu estava jogando golf, quando minha esposa ligou com a notícia. Eu cheguei em casa, e provavelmente, haviam cinqüenta pessoas, só chorando”, disse Matt Shadows, vocalista. Foi assim, com muita dificuldade e dor, que a banda de heavy metal da Califórnia, seguiu seu próprio pesadelo, lançando praticamente um tributo ao amigo falecido, no dia 27 de Julho deste ano. Parecia impossível substituir Jimmy, mas eles puderam contar com a “ajudinha” de nada mais e nada menos que Mike Portnoy, do Dream Theater, outra banda de grande influência. “Minha motivação foi apenas compaixão que tive por esses garotos”, disse Portnoy.

Tudo bem que o novo álbum ganhou um nome um tanto quanto sombrio e os integrantes estavam tentando se curar de uma grande perda, mas não espere baladas e choramingo.O disco começa com a self title “Nightmare”, que tem sido a música de abertura da nova turnê. Na introdução, barulhinhos semelhantes àquelas caixinhas de música, com um toque de terror e mistério, mas são apenas 34 segundos e Portnoy entra espancando a bateria, alternando com as guitarras dobradas e um tanto quanto sinistras de Synyster Gates e Zacky Vengeance, logo depois, um belo berro de Matt Shadows para você acordar do seu sono mais pesado… “Nightmaaaaaare!” Sem esquecer também, que o refrão é tão marcante quanto o susto no início da música, quando Shadows termina, com ar de deboche e raiva: “It’s your fucking nightmare!”.

Como na maioria das bandas, percebe-se mais maturidade neste quinto álbum. Grandes partes das músicas não possuem os costumeiros solos felizes e virtuosos, ganhando então, uma forma mais dramática, mas mantendo a complexidade. As letras falam sobre sentimentos profundos, perda, histórias marcantes de um grande amigo e a dificuldade de seguir sem ele. A única balada e uma das mais emocionantes e sinceras, “So Far Away”, foi escrita por Gates e sendo assim, o primeiro registro dele como autor de uma faixa.

“Buried Alive” e “Save Me” também ganham destaque.A primeira, talvez por causa da familiaridade que a maioria das pessoas que conhecem bandas desse mesmo gênero vão sentir ao ouvi-la. Não querendo comparar, mas é inevitável… A faixa lembra bastante alguma criação do Metallica. Nas palavras de Zacky “ela é pesada, melódica, a letra é muito poderosa.” A segunda, toma 10:56 minutos do ouvinte, mas sinceramente… Muito bem aproveitados! É a música mais longa do disco, com o maior número de solos e também os mais criativos. Shadows sussurra, canta, conversa, berra e Portnoy deixa ali um grande pedaço de sua experiência com o Dream Theater. Não é difícil perceber.

The Rev não estava mais aqui para finalizar o disco, porém não se assuste ao ouvi-lo cantar em “Fiction”, que foi escrita por ele mesmo e dizia que ficção é a palavra que resumiria sua história, pois se a contasse para as pessoas, ninguém acreditaria nas coisas em que viveu. Além das faixas comuns, o disco também vem com uma faixa bônus, que a gente não entende muito bem o porquê disso, mas Synyster explicou em uma entrevista que gostariam que o album fosse uma compilação de músicas que combinassem entre si, em estrutura e formato, que representassem bem Nightmare, só que “Lost It All” se destacava das demais faixas.

Matt costumava ouvir The Rev dizendo que esse album iria mudar o mundo. Isso eu não posso afirmar ainda, mas na primeira semana, venderam 163 mil de cópias e Nightmare ficou em primeiro lugar na Billboard. Ele deve estar no mínimo orgulhoso, assim como os fãs.

Autora: Amyta Burnley

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