ALTER BRIDGE – AB III, 2010
AB III, o ‘sombrio’ (segundo declarações dos próprios integrantes, mas não na minha opinião) sucessor de One Days Remains (2004) & Blackbird (2007), já começa dizendo a que veio com a faixa de abertura, “Slip to the void”, o grande ‘épico’ do álbum, segundo palavras de Myles Kennedy (guitarra e, na moral, um dos MELHORES vocais que eu conheço, em TODOS os aspectos – vocal da recente turnê do Slash também). Faixa completa. Introdução sombria, agudão do Myles, Mark Tremonti (guitarrra e fundador da banda) DESTRUINDO nos riflis (nesse álbum aqui ele sentou a mão na guitarra bonito, rs) e no back vocal & um drum n’ bass entrosadíssimo entre Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria). Isso sim é uma introdução de álbum roqueiro. Os caras apostaram alto, gastando muitas fichas logo de cara. E tiraram onda. Até porque, demostrou-se ao longo do álbum que eles não vieram para brincadeira. Eles ainda tinham muitas fichas…
“Slip…” nos deixa de queixo caído só para a gente tomar outra surra: a 2ª faixa (e 1º single divulgado), “Isolation”. A sensação de ‘espera recompesada’ predomina aqui. Galera, digo como fã, foi muito prazeroso chegar em casa numa certa noite e ouvir as principais características sonoras da banda numa faixa 100% inédita. Estava tudo lá também, riflis e introdução pesada do Mark ao agudão do Myles. Mas é com “Ghost of days gone by” que vem a 1ª supresa do álbum: senti aqui uma ligeira influência country! Sério, rs… Música maneira, refrão chiclete, introdução bonitinha… E Myles na sua vertente ‘vozeirão’, rs. Tô considerando a música mais pop que o AB já fez até hoje! Passamos para “All Hope is gone”, com uma introdução maneiríssma do Mark (a 1ª ‘pesada’ do álbum). E nas estrofes também ocorre algo inusitado: Myles me lembra aqui muito o Tobias Sammet (Edguy). Até na letra (que também é excelente, por sinal)! Mas nos refrões não tem como: Myles volta a ser Myles e ponto! “Still Remains” também tem uma introdução potente. A dobradinha Myles-Mark aqui predomina novamente, mas também é uma faixa onde o baixo do Brian é forte. E o refrão é f… (fico imaginando essa faixa ao vivo).
“Make it right” é uma faixa híbrida, começa com dedilhado, vocal tranquilo, mas explode no refrão. Destaque para a sequência sonora & vocal que começa com os versos “There comes a time/UOOOHHH” (…), e que culmina em mais um solo (inspirado) do Mark – uma das minhas favoritas. E finalmente chegamos à 1ª balada do álbum (outro forte do AB), “Wonderful Life”. Letra, melodia, vocal do Myles, solo dedilhado… Tudo belíssimo, tudo funciona aqui. Seria a música do álbum. Seria… Daqui a pouco vocês vão me entender. “I know it hurts” é outra das minhas preferidas (me chamou a atenção logo de cara, quando ouvi o refrão pela 1ª vez). Faixa perfeita na introdução, no refrão, nos riflis, no vocal, nos solos (destaque total para o Mark aqui, perto do final) & na letra (EXCELENTE: “(…)We all fall sometimes, you’re not the first/But i know it hurts, yeah i know it hurts/In the end you’ll find what you deserve (…)”). “Show me a sign” é outra faixa maneira. Mas sem nenhuma evolução ou diferencial, apenas segue a fórmula das demais: introdução, estrofe, refrão, estrofe, refrão, clímax, solo, refrão final. É outra faixa com o refrão forte e com o Mark bem inspirado, mas tem tanta coisa boa por aqui que essa acaba ficando de lado (quem sabe ouvindo ela ao vivo eu não mudo de opinião?)
“Fallout” para meus ouvidos tem A MELHOR introdução do álbum, a dobradinha de guitarras/riflis e de vocal/back aqui predomina também. “Breathe again” é outra que começa como híbrida. Introdução e estrofes como balada. Uma sensação/calmaria muito boa. Forte no refrão. Um solo que lembra até os do Slash, rs! E tem um agudão maneiro (outro) do Myles aqui, rs! “Coeur D’Alene” é outra que demora a animar. Não por ser fraca, ou sem potencial, mas pelo simples fato de que tem muita coisa boa nesse álbum. Tá bem… Destaque para o refrão. E quase no fim chegamos à 2ª balada do álbum, “Life must go on”, aquela que não apenas me superou “Wonderful…”, como mexeu comigo, assim como havia acontecido nos álbuns anteriores com “In love memory” e “Whatch over you”. Excelente canção, linda. Chama a atenção à 1ª audição. Introdução impactante do Mark. Letra sensacional. Refrão então nem se fala, rs! O final da faixa é maneiríssimo também. De longe, uma das minhas preferidas do álbum. O encerramento fica por conta de “Words Darker Than Their Wings”, que não me chega a ser um ‘épico’, mas não deixa de ser válida, gradiosa, para todos os fãs, sobretudo pelo back vocal do Mark (fato inédito na discografia do AB, até então). Excelente encerramento para o AB III.
O que concluir? Espera recompensadíssima! Como eu escrevi no começo da resenha, me superou todos os trabalhos anteriores, incluíndo o até então meu favorito, o Blackbird. AB começa agora mesmo em Outubro/2010 uma turnê européia. E este que vos escreve continua torcendo para que um dia eles venham parar por aqui, rs…
Autor: Victor “Montanha” Vieira